Mercedes Cara Chata - LP321, LP331 e LP1520, a história

Os caminhões Mercedes Benz da família LP, tiverem importante participação na história da marca no Brasil, que durante muitos anos a mercedes ditou a regra dos caminhões médios. O ano de lançamento do LP321 e 331, foi 1958, ocorria que a mercedes estava no Brasil desde o início da década, e inaugurado fábrica própria em 1956, de onde havia saído seu primeiro nacional, o L-312, em 1958, a mercedes resolveu trazer os novos modelos de cabine avançada LP-321 e LP-331, baseados nos modelos europeus que a marca havia começado a trabalhar desde a década anterior, começando naquele continente pelos L-319, L-315, 326, entre outros, largamente utilizado e cujo design surgiu para solucionar alguns problemas, como aumentar o espaço para carga sem necessidade de modificar o comprimento total do chassis, nem distancia entre eixos.
O 321 substituiu os L-312, primeiros veículos comerciais a diesel fabricados no país, era disponível em versão caminhão rígido chamado LP, ou curto para basculante chamado LPK, com capacidade para 7t, tinha o novo
Motor Mercedes OM 321, seis cilindros diesel de 5.1 litros, 30.5KGFM e 110CV líquidos, o câmbio manual de 5 marchas sincronizadas, e devido a posição da cabine com relação ao motor e caixa de marchas, a alavanca de câmbio ficava em uma posição bem peculiar, inclinada para frente, a Mercedes Benz oferecia uma carroceria com 6,5 metros de comprimento, porem cada cliente poderia montá-la de acordo com suas necessidades, sua performance superior apresentada o tornaram um grande sucesso no pais atingiria a marca recorde de vendas de 34.142 unidades no período de 1958 a 1970.
O outro modelo era o 331, nas versões caminhão, chamada LP, a curta para basculante, LPK com capacidade para 10t, e LPS cavalo-mecânico 4x2, com capacidade para rebocar 31t, o motor do 331 era da família OM-326, também de seis cilindros a diesel com bomba injetora de atuação indireta por "pré-câmara", porém cabeçotes individuais, e com 10.8 litros (10.810cm3), 58KGFM de torque e 150CV (165CV brutos), era o que a Mercedes-Benz tinha para enfrentar o Scania L75.
O LP 331 tinha câmbio manual não sincronizado de seis marchas e redução no eixo traseiro, foi o único Mercedes a ter rodas raiadas.
Assim como a adoção do motor diesel, a cabine avançada foi mais um avanço popularizado pela Mercedes-Benz que teve que ser inicialmente defendido em suas peças publicitárias, pois os caminhoneiros de então eram acostumados à configuração mais convencional das cabines recuadas e cofre do motor externo. Por muitos anos estes seriam os únicos caminhões brasileiros (além dos já ultrapassados FNM) com cabine sobre o motor.
Em 1960 a produção acumulada da Mercedes ultrapassou 37 mil veículos, dos quais mais de dez mil para o transporte de passageiros, o início da década de 60 também foi de grandes novidades, primeiramente foi lançado o primeiro caminhão 4×4 nacional, LAP-321, usando o mesmo motor de 110cv, também nas versões LAPK e LAPS.
A nova versão LP-331 S também foi lançada, ganhou mais potencia passando a gerar 60KGFM e 165CV liquidos, tornando-o o mais potente caminhão brasileiro até então, e por fim o inédito e raríssimo no Brasil LP-333, com dois eixos direcionais, direção hidráulica e 180 cv, para 20 t.

A Mercedes resolveu voltar a trabalhar com os modelos de cabine semi avançada, que por hora ela havia abandonado ao encerrar o L312, em 1964 lançou um novo caminhão, que havia estreado na Alemanha em 1959 com o nome L-322, no Brasil, recebeu o nome 1111, era o primeiro modelo da linha chamada AGL, grande marco da Mercedes-Benz no Brasil, ele não iria retirar de imediato os LP de linha, recebeu o mesmo motor ((OM-321)) do LP-321, um diesel de 6 cilindros, 5,1 litros e 110 cavalos, e cambio de 5 marchas sincronizadas.
Ainda em 1964, a linha 331 teve a potência aumentada para 200 cv e ganhou novo eixo traseiro, reforçado e com rodas raiadas.

Em 1968 diversos melhoramentos foram agregados à linha de produtos, os caminhões médios receberam alternador e opcionalmente direção hidráulica, os pesados LP/LPK/LPS foram renomeados LP 1520 e junto com a mudança de nome vem a opção 6x2 com terceiro eixo tandem, ganharam caixa de redução (duplicando para 12 o número de marchas), freio-motor, duplo circuito de freios, nova grade com faróis retangulares, entradas adicionais de ar na cabine e exaustor no teto, já o motor era o mesmo, a renomeação se deu para alinhar ao novo L-1111, já o LP-321 deu o seu adeus.

No início de 1970 o motor de injeção direta deu origem a uma nova família de caminhões, a L-1113, que viria a se constituir em mais uma história de sucesso da marca, Com tantas novidades, as pioneiras linhas 321 e 333 foram finalmente abandonadas; o primitivo chassi LP-321, contudo, foi mantido em linha como LP-1113.
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