Como questão e como problema: a informação em Heidegger e Simondon - Murilo Corrêa

Sem correr o risco ideologizante de reduzir Martin Heidegger aos tecnopessimismos, ou Gilbert Simondon às tecnofilias, perguntamo-nos: não haveria uma dupla e poderosa verdade sobre a informação a ser apreendida nas contribuições de ambos? Em Heidegger, uma verdade perigosa que se desenrola no nível em que das Gestell informa a linguagem tecnicizada que encobre a língua natural, e que corresponde a um modo de “pensar a técnica como questão” em sua ambiguidade diagnóstica? Mas, também, a verdade de sua abertura, encerrada em possíveis intrinsecamente políticos a serem captados no nível da individuação dos objetos técnicos – na medida em que Simondon pensa a técnica como um problema da cultura, imediatamente transindividual e metaestável?

Trata-se de dois modos de tentar tocar a urgência de certas posturas sobre as técnicas, e que indagam o que estamos em vias de nos tornar? Num caso, o aviso sobre o perigo e a exigência da salvação que termina em um impasse – isto é, na meditação sobre um caminho ambíguo, perigoso e insondável; no segundo, o chamado a uma política que se desenvolve no interior da técnica, e que prepara novas relações com o seu fora. Essas são as principais perguntas que gostaríamos de endereçar ao propor que pensemos a informação como questão, em Heidegger, e como problema, em Simondon.

Convidado: Murilo Corrêa - Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Quando: 24 de junho de 2022

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