Relatório de Actividades de 2019 (da Qual Albatroz)

Para quem não nos conhece, nós somos a Qual Albatroz. Fizemo-nos à estrada em Setembro de 2007, e desde então navegamos pelo mundo à procura de ideias com pernas para voar, das artes visuais à performance, da escrita à música, da marcenaria à educação… E acreditamos que Manualidade, Partilha e Natureza são palavras de ordem para salvar o Mundo.
Este é o nosso “Relatório & Contas” do ano que passou.

Chegámos ao fim de 2019 com a sensação de ter sido um ano mexido, por isso decidimos deitar contas às nossas andanças, juntar as páginas soltas e pôr ordem ao nosso atribulado diário de viagem. E vejam lá o que descobrimos…

Com os nossos livros, as nossas oficinas, a nossa visão do mundo, andámos, quais contadores errantes, por escolas e por bibliotecas: de Alverca a Vialonga, não falhámos um evento, à chuva, ao sol e ao vento. Estivemos em Carnaxide, na Amadora, em Lisboa, em Leiria e no Porto, em Alcochete e Seixal, em São Domingos de Rana, num corrupio sem igual.

De imaginação em riste, desenhámos, pintámos, cantámos, contámos e, acima de tudo, brincámos! Com gente miúda e graúda, em salas de infantários e de faculdades, na Casa da Cerca e na do Nic e da Inês, no Templo da Poesia e no bar Menina e Moça, nos jardins de Serralves, nas exposições da Gulbenkian, foi muito e grande o nosso afã.

Pelas nossas contas foram quase 2000 as pessoas com quem, nestes lugares, partilhámos as nossas histórias e a nossa forma de fazer e de errar cada vez melhor.

Este também foi o ano em que a Qual Albatroz cresceu em número e em responsabilidade, para receber a Rita, que durante sete meses nos ajudou a conceber e a realizar as actividades do serviço educativo do Palácio Anjos. Foi um privilégio trabalhar com ela em torno de duas exposições memoráveis. Foram mais de mil interacções com crianças e adultos do concelho de Oeiras.

Como já vem sendo hábito, o Marc esteve a dar aulas de desenho para crianças, jovens e adultos no Edifício Arte Contínua, em Oeiras, e no Espaço Azul, em Lisboa. Foram 91 encontros ao longo do ano, com catraios e catraias a desenhar bicharada e bonecada, com pulsos soltos e línguas de fora.

Mas voltemos a casa, e à nossa mágica Oficina do Erro, na Fábrica da Pólvora. Fechámos o ano com 51 oficinas, que envolveram 714 pessoas. Orientámos oficinas de ilustração, de serigrafia, de gravura, tutorias em madeira e de escrita. Fizemos casas para pássaros e até hotéis para insectos.

Veio muita, muita gente: o Zé fez uma casa de bonecas para a Sara; o Vasco construiu um leitoril; a Catarina, uma mesa; a Raquel, um barco à vela; o Tão esculpiu um suporte para o seu cachimbo; o Heitor está mesmo quase a acabar a sua guitarra de caixa de charutos; e o Pavel um dia há-de terminar a sua magnífica caixa de engraxador; mas também o Simon, o Bruno, a Agneska, a Bé, a Andreia, a Inês, o Eduardo, a Susana, o Jorge, a Daniela e as amigas, a Filomena, a Vera, o João, a Telma, e centenas de outras pessoas saíram da Oficina do Erro com T-shirts e sacos personalizados, e tudo, TUDO!! feito pelas próprias mãos.

Em 2019, continuámos a redesenhar o interior da Oficina e a expandi-la para dentro. O Marc construiu umas versáteis supergavetas para o mezanino, e de madeiras que encontrou no lixo construiu uma coluna Bluetooth, eu fiz um livrário e um letrómato. E o nosso Zé, no seu posto da Polónia, esgalhou todas as newsletters e tomou conta da loja. Fizemos tantas coisas este ano… algumas que não contamos. :)

Ah… shhhh, pois é, tínhamos prometido que faríamos dois novos livros, não foi? Ah, pois foi. Parece que afinal não fizemos. É que não deu. Mas a luta continua: os livros hão-de ir para a rua! Para já, fervem na forja e, se não nos der nenhuma coisa ruim, vão ver a luz do dia em 2020. Pim!

Em 2019, partilhámos ideias, saberes, dúvidas, sorrisos com mais de quatro mil pessoas.
Estivemos convosco mais de quinhentas horas!

Vamos esforçar-nos para em 2020 ser mais atentos, mais sábios e, com a vossa ajuda, errar cada vez melhor!

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