Oceano de Plástico
Este vídeo surge na sequência de uma conferência – “Excesso de Plástico no Oceano” – gentilmente proferida pela Doutora Paula Sobral, Professora Associada da Universidade Nova de Lisboa, no dia 22 de novembro de 2023, na Escola Secundária Sebastião e Silva.
Os alunos do 9.º ano de escolaridade assistiram à conferência e analisaram extratos do livro “Oceano de Plástico”, da autoria de Paula Sobral. Nasceu a vontade de expor o aprendido.
Apresentam-se, de seguida, as legendas da exposição:
Em 1909 sintetizou-se o primeiro plástico: a baquelite. Subsequentemente, muitos outros plásticos foram sintetizados devido à sua leveza, resistência e isolamento;
Atualmente, 4 a 6 % do petróleo disponível é utilizado na produção de plástico, sendo a China o maior produtor;
O incentivo ao consumo levou ao aumento da produção de plástico e dos resíduos de plástico;
Durante muitas décadas, pensou-se que o oceano seria capaz de eliminar, por diluição, todos os poluentes que nele se lançassem;
Na sequência da descoberta da “A Grande ilha de lixo do Pacífico Norte”, foi reconhecido, em 1997, que o lixo marinho é um problema global;
Anualmente, perdem-se 640 mil toneladas de plástico utilizadas nas artes de pesca, representando cerca de 10% de todo o plástico que entra no oceano;
O destino de todo o plástico marinho é ser colonizado por seres vivos que farão com que se torne mais denso e afunde;
No oceano, 94% do lixo de plástico está no fundo do mar, 5% nas praias e 1% a flutuar;
Nas praias portuguesas, 70% a 90% do lixo marinho é plástico;
Os resíduos de plástico, bem como os aditivos utilizados na sua produção, são poluentes com efeitos negativos nos organismos terrestres, aquáticos e na saúde humana;
Plásticos de várias dimensões são ingeridos por animais, causando ferimentos e obstrução do tubo digestivo;
Por ano, o plástico causa a morte de 1 milhão de aves marinhas, de 100 000 mamíferos, tartarugas e muitos peixes, incluindo tubarões;
Em 2004, Richard Thompson, da Universidade de Plymouth, alertou para a acumulação de microplásticos – partículas de 1µm a 5 mm de tamanho – no oceano;
Os microplásticos têm sido encontrados em músculos e fígado de peixes;
Há microplásticos na água engarrafada, na água de abastecimento público, na cerveja, no mel, nos vegetais e no sal;
Os microplásticos funcionam como vetores transportadores de outros contaminantes - poluentes orgânicos e metais – que causam inflamação, alterações no sistema nervoso, infertilidade, mudanças de comportamento e morte;
Foram detetadas fibras de plástico nas fezes humanas, em circulação no sangue, nos pulmões e na placenta;
Hoje, o lixo de plástico encontra-se em todo o lado, mesmo no ar que respiramos.
Estima-se que, em 2050, a quantidade de plástico no oceano ultrapasse a de peixe;
Estima-se que, em 2060, entrarão no oceano 90 milhões de toneladas de plástico por ano;
Se não queremos que o oceano seja de plástico, temos de consumir menos e produzir menos lixo;
“É preciso parar para pensar: precisamos de peixe ou de plástico?”.
Em 2016, foram descobertas bactérias e posteriormente fungos e larvas de insetos que poderão degradar os resíduos de plástico, embora lentamente face ao que já existe e ao que continua a ser libertado no ambiente;
A partir de milho, ervilhas e de resíduos orgânicos produzem-se novos plásticos, que são biodegradáveis;
O oceano estará cada vez mais quente e mais ácido devido ao efeito de estufa;
O aumento da temperatura do oceano promove à sua desoxigenação.
Referências
Sobral, Paula (2022). Oceano de Plástico. Fundação Francisco Manuel dos Santos, Lisboa.
Poema
Agonia
Um dia,
Dos muitos grãos,
Arrancados aos corpos rochosos
Que se fenderam e desfizeram,
Nasceu certa praia
Um dia,
O mar viu-a loira,
Móvel e fluída.
Chamou-lhe: bailarina!
E qui-la como par.
Uma noite,
De peculiar luar,
Venceu a timidez
E convidou-a a dançar,
Abraçaram-se com cupidez
De madrugada,
A praia viu-se ao espelho
E deu um grito de horror.
Já não era loira! Era plástico,
Era peixe morto, era fedor.
Nessa noite,
Ao luar,
O mar sentiu duro açoite
Sofreu, quebrou, chorou
E, já sem par, secou.
(Poema de Francisca Maria Fernandes)
Видео Oceano de Plástico канала Francisca Maria Fernandes
Os alunos do 9.º ano de escolaridade assistiram à conferência e analisaram extratos do livro “Oceano de Plástico”, da autoria de Paula Sobral. Nasceu a vontade de expor o aprendido.
Apresentam-se, de seguida, as legendas da exposição:
Em 1909 sintetizou-se o primeiro plástico: a baquelite. Subsequentemente, muitos outros plásticos foram sintetizados devido à sua leveza, resistência e isolamento;
Atualmente, 4 a 6 % do petróleo disponível é utilizado na produção de plástico, sendo a China o maior produtor;
O incentivo ao consumo levou ao aumento da produção de plástico e dos resíduos de plástico;
Durante muitas décadas, pensou-se que o oceano seria capaz de eliminar, por diluição, todos os poluentes que nele se lançassem;
Na sequência da descoberta da “A Grande ilha de lixo do Pacífico Norte”, foi reconhecido, em 1997, que o lixo marinho é um problema global;
Anualmente, perdem-se 640 mil toneladas de plástico utilizadas nas artes de pesca, representando cerca de 10% de todo o plástico que entra no oceano;
O destino de todo o plástico marinho é ser colonizado por seres vivos que farão com que se torne mais denso e afunde;
No oceano, 94% do lixo de plástico está no fundo do mar, 5% nas praias e 1% a flutuar;
Nas praias portuguesas, 70% a 90% do lixo marinho é plástico;
Os resíduos de plástico, bem como os aditivos utilizados na sua produção, são poluentes com efeitos negativos nos organismos terrestres, aquáticos e na saúde humana;
Plásticos de várias dimensões são ingeridos por animais, causando ferimentos e obstrução do tubo digestivo;
Por ano, o plástico causa a morte de 1 milhão de aves marinhas, de 100 000 mamíferos, tartarugas e muitos peixes, incluindo tubarões;
Em 2004, Richard Thompson, da Universidade de Plymouth, alertou para a acumulação de microplásticos – partículas de 1µm a 5 mm de tamanho – no oceano;
Os microplásticos têm sido encontrados em músculos e fígado de peixes;
Há microplásticos na água engarrafada, na água de abastecimento público, na cerveja, no mel, nos vegetais e no sal;
Os microplásticos funcionam como vetores transportadores de outros contaminantes - poluentes orgânicos e metais – que causam inflamação, alterações no sistema nervoso, infertilidade, mudanças de comportamento e morte;
Foram detetadas fibras de plástico nas fezes humanas, em circulação no sangue, nos pulmões e na placenta;
Hoje, o lixo de plástico encontra-se em todo o lado, mesmo no ar que respiramos.
Estima-se que, em 2050, a quantidade de plástico no oceano ultrapasse a de peixe;
Estima-se que, em 2060, entrarão no oceano 90 milhões de toneladas de plástico por ano;
Se não queremos que o oceano seja de plástico, temos de consumir menos e produzir menos lixo;
“É preciso parar para pensar: precisamos de peixe ou de plástico?”.
Em 2016, foram descobertas bactérias e posteriormente fungos e larvas de insetos que poderão degradar os resíduos de plástico, embora lentamente face ao que já existe e ao que continua a ser libertado no ambiente;
A partir de milho, ervilhas e de resíduos orgânicos produzem-se novos plásticos, que são biodegradáveis;
O oceano estará cada vez mais quente e mais ácido devido ao efeito de estufa;
O aumento da temperatura do oceano promove à sua desoxigenação.
Referências
Sobral, Paula (2022). Oceano de Plástico. Fundação Francisco Manuel dos Santos, Lisboa.
Poema
Agonia
Um dia,
Dos muitos grãos,
Arrancados aos corpos rochosos
Que se fenderam e desfizeram,
Nasceu certa praia
Um dia,
O mar viu-a loira,
Móvel e fluída.
Chamou-lhe: bailarina!
E qui-la como par.
Uma noite,
De peculiar luar,
Venceu a timidez
E convidou-a a dançar,
Abraçaram-se com cupidez
De madrugada,
A praia viu-se ao espelho
E deu um grito de horror.
Já não era loira! Era plástico,
Era peixe morto, era fedor.
Nessa noite,
Ao luar,
O mar sentiu duro açoite
Sofreu, quebrou, chorou
E, já sem par, secou.
(Poema de Francisca Maria Fernandes)
Видео Oceano de Plástico канала Francisca Maria Fernandes
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