Minas do Cerro Rico - POTOSÍ / Bolivia
Olá terráqueos!
No vídeo dessa semana estamos em Potosí, na Bolívia!
E a nossa ida até essa cidade é quase uma profecia.. alguns anos antes a Fran estava lendo "As veias abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, e em um dos capítulos o livro conta sobre os anos de exploração e colonização de Potosí. Por conta da extração de prata do Cerro Rico a cidade chegou a ser uma das mais populosas do mundo, mas é claro que tudo que era extraído ia embora pra Espanha. Hoje Potosí é Patrimônio Mundial da UNESCO, ainda mantém várias ruas e casas com arquitetura antiga. A população em geral vive com baixa renda, vimos muita gente trabalhando pelas calçadas, vendendo o que quer que tivessem. Potosí não estava no roteiro das pessoas que encontramos pela viagem, mas por algum motivo quisemos ir até lá.
É uma das cidades mais altas do mundo, com praticamente 4.000 metros de altitude. Andar nos deixava ofegantes, andar e falar com a câmera então era um desafio! Lá utilizamos muito a folha de coca, tanto como chá, como para mascar. Ajuda e muito no "mal da altitude", que seria dores de cabeça, enjôo e falta de ar.
A cidade fica ali nos pés do Cerro Rico e a gente nem sabia que havia tour pra conhecer as minas, mas quando o dono do hostel onde estávamos comentou sobre o passeio, resolvemos ir atrás. Pagamos 120 bolivianos (60 reais), assinamos um termo de responsabilidade em caso de morte e acidentes (sim, é obrigatório assinar se você quiser conhecer uma mina). Colocamos equipamentos, compramos presentes para os mineiros, dinamite e refresco, pois vamos entrar em lugares onde eles estarão trabalhando. E lá fomos nós rumo ao Cerro Rico, sem nem ter idéia de como seria esse "tour".
Nosso guia (ex-minerador) nos explicou que dentro da mina só trabalham homens, pois o Cerro Rico é considerado pela cultura deles como uma mulher, a Pachamama, e se alguma mulher entra pra trabalhar na mina, a Pachamama enfurece e causa acidentes para os mineiros. Foi um tanto assustador olhar aquele burado no meio do cerro e a medida que entrávamos ficava cada vez mais escuro, até que não enxergávamos nada além do que nossas lanternas apontavam. O ar era pesado e com muito pó, nos arrependemos profundamente de não ter levado uma bandana pra cobrir o nariz. Às vezes um silêncio extremo, às vezes um chiado muito alto dos canos que traziam ar pra dentro do cerro, as vezes a barulheira dos carrinhos lotados de minérios sendo empurrados, e às vezes o grave das explosões que tremiam as parede e até o chão.
Quando paramos pra escutar uma leva de 30 explosões e sentimos tudo ao redor tremendo, foi assustador. Já os mineiros a nossa volta conversavam e riam comumente. Passamos por buracos pequenos, engatinhando, se espremendo, subindo, descendo. Vimos aqueles homens trabalhando pesado, furando parede, colocando dinamite, enchendo carrinho, carregando pedra. E ainda descobrimos que ninguém come dentro da mina, apenas mascam folha de coca pra dar energia. Vimos meninos muito jovens trabalhando, o coração aperta. Nosso guia disse que um mineiro tira um dinheiro bom pra sustentar a si e a familia. Não sei. Há também uma religiosidade onde prestam oferendas para o Tío (uma figura de proteção dentro da montanha).
Também nos explicou que a mina funciona por cooperativa, apenas uma pequena parte é de uma empresa, o resto é vendido para os mineiros que podem comprar galerias para explorar. Certa porcentagem que tiram dali vai para a cooperativa e o resto para si e seus empregados. Assim, não há muita engenharia dentro do cerro, cada um explode pra um lado, pra cima, pra baixo. Se as galerias se encontram, pode dar até em morte. Também não há horário de trabalho, cada um trabalha com sua equipe na hora que quiser, de dia ou de noite, e isso dentro da mina não faz diferença, a gente perde noção do tempo.
Essa foi nossa primeira cidade da Bolívia e já vimos que a comida e o transporte são muito baratos, o que foi um alívio pois nosso orçamento estava apertado.
Balanço geral de gastos por pessoa: (4 dias)
Alimentação - R$ 49,75
Hospedagem :
Hostel Koala Den - R$ 120,00
Transporte :
passagem Uyuni x Potosí - R$ 12,50
2 táxis - R$ 10,00
uso do terminal - R$ 1,00
Tour Cerro Rico - R$ 60,00
Total: R$ 253,25
E por hoje é isso pessoal,
obrigada por nos acompanhar, e até a próxima semana!
Se não conhece nosso insta e página no face, dá uma olhada e segue a gente ;)
@viajeiaqui
@digliandrade
@fraantunes
facebook.com/canalviajeiaqui
Vinheta de abertura:
♫Music By♫
●DJ Quads - I Will Wait
●Song - https://youtu.be/BSJmOM3U-cc
●Follow DJ Quads - http://smarturl.it/dj-quads
Música do vídeo:
Song: Joysic - Journey (Vlog No Copyright Music)
Music promoted by Vlog No Copyright Music.
Video Link: https://youtu.be/J9VVMZu6p9Q
Видео Minas do Cerro Rico - POTOSÍ / Bolivia канала viajei aqui.
No vídeo dessa semana estamos em Potosí, na Bolívia!
E a nossa ida até essa cidade é quase uma profecia.. alguns anos antes a Fran estava lendo "As veias abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, e em um dos capítulos o livro conta sobre os anos de exploração e colonização de Potosí. Por conta da extração de prata do Cerro Rico a cidade chegou a ser uma das mais populosas do mundo, mas é claro que tudo que era extraído ia embora pra Espanha. Hoje Potosí é Patrimônio Mundial da UNESCO, ainda mantém várias ruas e casas com arquitetura antiga. A população em geral vive com baixa renda, vimos muita gente trabalhando pelas calçadas, vendendo o que quer que tivessem. Potosí não estava no roteiro das pessoas que encontramos pela viagem, mas por algum motivo quisemos ir até lá.
É uma das cidades mais altas do mundo, com praticamente 4.000 metros de altitude. Andar nos deixava ofegantes, andar e falar com a câmera então era um desafio! Lá utilizamos muito a folha de coca, tanto como chá, como para mascar. Ajuda e muito no "mal da altitude", que seria dores de cabeça, enjôo e falta de ar.
A cidade fica ali nos pés do Cerro Rico e a gente nem sabia que havia tour pra conhecer as minas, mas quando o dono do hostel onde estávamos comentou sobre o passeio, resolvemos ir atrás. Pagamos 120 bolivianos (60 reais), assinamos um termo de responsabilidade em caso de morte e acidentes (sim, é obrigatório assinar se você quiser conhecer uma mina). Colocamos equipamentos, compramos presentes para os mineiros, dinamite e refresco, pois vamos entrar em lugares onde eles estarão trabalhando. E lá fomos nós rumo ao Cerro Rico, sem nem ter idéia de como seria esse "tour".
Nosso guia (ex-minerador) nos explicou que dentro da mina só trabalham homens, pois o Cerro Rico é considerado pela cultura deles como uma mulher, a Pachamama, e se alguma mulher entra pra trabalhar na mina, a Pachamama enfurece e causa acidentes para os mineiros. Foi um tanto assustador olhar aquele burado no meio do cerro e a medida que entrávamos ficava cada vez mais escuro, até que não enxergávamos nada além do que nossas lanternas apontavam. O ar era pesado e com muito pó, nos arrependemos profundamente de não ter levado uma bandana pra cobrir o nariz. Às vezes um silêncio extremo, às vezes um chiado muito alto dos canos que traziam ar pra dentro do cerro, as vezes a barulheira dos carrinhos lotados de minérios sendo empurrados, e às vezes o grave das explosões que tremiam as parede e até o chão.
Quando paramos pra escutar uma leva de 30 explosões e sentimos tudo ao redor tremendo, foi assustador. Já os mineiros a nossa volta conversavam e riam comumente. Passamos por buracos pequenos, engatinhando, se espremendo, subindo, descendo. Vimos aqueles homens trabalhando pesado, furando parede, colocando dinamite, enchendo carrinho, carregando pedra. E ainda descobrimos que ninguém come dentro da mina, apenas mascam folha de coca pra dar energia. Vimos meninos muito jovens trabalhando, o coração aperta. Nosso guia disse que um mineiro tira um dinheiro bom pra sustentar a si e a familia. Não sei. Há também uma religiosidade onde prestam oferendas para o Tío (uma figura de proteção dentro da montanha).
Também nos explicou que a mina funciona por cooperativa, apenas uma pequena parte é de uma empresa, o resto é vendido para os mineiros que podem comprar galerias para explorar. Certa porcentagem que tiram dali vai para a cooperativa e o resto para si e seus empregados. Assim, não há muita engenharia dentro do cerro, cada um explode pra um lado, pra cima, pra baixo. Se as galerias se encontram, pode dar até em morte. Também não há horário de trabalho, cada um trabalha com sua equipe na hora que quiser, de dia ou de noite, e isso dentro da mina não faz diferença, a gente perde noção do tempo.
Essa foi nossa primeira cidade da Bolívia e já vimos que a comida e o transporte são muito baratos, o que foi um alívio pois nosso orçamento estava apertado.
Balanço geral de gastos por pessoa: (4 dias)
Alimentação - R$ 49,75
Hospedagem :
Hostel Koala Den - R$ 120,00
Transporte :
passagem Uyuni x Potosí - R$ 12,50
2 táxis - R$ 10,00
uso do terminal - R$ 1,00
Tour Cerro Rico - R$ 60,00
Total: R$ 253,25
E por hoje é isso pessoal,
obrigada por nos acompanhar, e até a próxima semana!
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●DJ Quads - I Will Wait
●Song - https://youtu.be/BSJmOM3U-cc
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Música do vídeo:
Song: Joysic - Journey (Vlog No Copyright Music)
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