A ORAÇÃO DA COROA - DE DEMÓSTENES

O MAIS CONCORRIDO JULGAMENTO DA GRÉCIA ANTIGA | O confronto entre Ésquines e Demóstenes, em 330 a.C. não foi nenhuma brincadeira de criança, foi o maior combate retórico da história. Ctesifonte propôs à Assembleia ateniense que Demóstenes recebesse uma coroa de ouro pelos grandes serviços prestados à liberdade de Atenas. Ésquines entra com uma ação de ilegalidade contra tal proposição, alegando fundamentalmente a falta de probidade e integridade de Demóstenes. Para tanto, diante do tribunal profere sua oração que ficou conhecida como 'Contra Ctesifonte'.

Em determinado momento do histórico julgamento - corria o ano de 330 a.C. -, Demóstenes, sentindo que conquistara a simpatia do tribunal e do povo que lotava o ambiente, abruptamente se volta para a multidão e pergunta: "Atenienses, atenienses, o que a vós parece este que me acusa, um hóspede ou um lacaio de Alexandre?" A plateia responde: "Um lacaio, um lacaio, um lacaio!". O tribunal se agita. Leva tempo para se acalmar. O acusador se encolhe na cadeira; o veredicto estava traçado. Ésquines, como acusador, não obtém a quinta parte dos votos, e por isso é condenado a uma pesada multa, e após o julgamento foge de Atenas e vai viver na Ilha de Rodes. Lá, funda uma famosa e influente Escola de Retórica chamada o 'Pensatório'.

Os juízes concederam a coroa de ouro a Demóstenes pelo seu amor e pelos seus serviços prestados em prol da liberdade do povo grego contra o domínio macedônio. A defesa de Demóstenes ficou conhecida como a 'Oração da Coroa', a grande obra-prima da retórica universal.

Ao se referir à 'Oração da Coroa', assim escreveu Cícero, no 'Orator': "Esse discurso corresponde tão precisamente ao ideal de orador presente em nosso espírito que não se pode pensar em eloquência maior".

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