Abertura do evento Cinco décadas de democracia, o que mudou?, por Gonçalo Saraiva Matias
Portugal hoje é muito diferente do que era há 50 anos, defende Gonçalo Saraiva Matias, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, na abertura do evento Cinco décadas de democracia, o que mudou?, que no Quartel do Carmo, em Lisboa, que marcou o início de um conjunto de atividades da Fundação para assinalar a data.
O responsável, lembra que são vários os aspetos em que o país melhorou, mas também diversos aqueles em que retrocedeu.
Recorrendo a dados da Pordata, lembra uma das melhorias mais conhecidas é a da redução da mortalidade infantil: era de 55,5‰, em 1970, tendo caído para 2,4‰, em 2021. Também a esperança de vida à nascença aumentou: passou de 67 anos para 81 anos. Estes indicadores mostram que se vive mais e melhor em Portugal.
Na educação, houve também saltos qualitativos importantes: 26% dos portugueses eram analfabetos, em 1970, valor que caiu para 3,1%, em 2021. Ainda assim, o analfabetismo prevalece entre as mulheres. A percentagem de portugueses com o ensino superior passou de 0,60%, em 1960, para quase 20%, revelando uma impressionante evolução.
Finalmente, a percentagem de população feminina empregada quase triplicou nos últimos 50 anos.
Mas há também retrocessos nestes 50 anos, quase todos estão relacionados com a demografia, alerta Gonçalo Saraiva Matias. Desde 2009, que morrem mais pessoas do que nascem anualmente em Portugal, diz. E o envelhecimento é preocupante: Entre 1970 e 2021, Portugal passou de 34 idosos por cada 100 jovens, para 182 idosos por cada 100, um dos piores da UE.
A capacidade de poupança caiu para menos de metade em 50 anos, sendo de 23,9% em 1970, e de 9,8% em 2021, alerta o presidente da Fundação.
Os portugueses revelam também uma participação eleitoral muito inferior, com taxas de abstenção que superam os 50%, muito acima das registadas nas eleições de 1975 e 1976.
Gonçalo Saraiva Matias conclui que Portugal enfrenta ainda desafios importantes, os quais, se negligenciados, poderão deitar a perder as conquistas das últimas cinco décadas: a pobreza, a desigualdade e a qualidade da democracia.
20 de abril de 2023
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O responsável, lembra que são vários os aspetos em que o país melhorou, mas também diversos aqueles em que retrocedeu.
Recorrendo a dados da Pordata, lembra uma das melhorias mais conhecidas é a da redução da mortalidade infantil: era de 55,5‰, em 1970, tendo caído para 2,4‰, em 2021. Também a esperança de vida à nascença aumentou: passou de 67 anos para 81 anos. Estes indicadores mostram que se vive mais e melhor em Portugal.
Na educação, houve também saltos qualitativos importantes: 26% dos portugueses eram analfabetos, em 1970, valor que caiu para 3,1%, em 2021. Ainda assim, o analfabetismo prevalece entre as mulheres. A percentagem de portugueses com o ensino superior passou de 0,60%, em 1960, para quase 20%, revelando uma impressionante evolução.
Finalmente, a percentagem de população feminina empregada quase triplicou nos últimos 50 anos.
Mas há também retrocessos nestes 50 anos, quase todos estão relacionados com a demografia, alerta Gonçalo Saraiva Matias. Desde 2009, que morrem mais pessoas do que nascem anualmente em Portugal, diz. E o envelhecimento é preocupante: Entre 1970 e 2021, Portugal passou de 34 idosos por cada 100 jovens, para 182 idosos por cada 100, um dos piores da UE.
A capacidade de poupança caiu para menos de metade em 50 anos, sendo de 23,9% em 1970, e de 9,8% em 2021, alerta o presidente da Fundação.
Os portugueses revelam também uma participação eleitoral muito inferior, com taxas de abstenção que superam os 50%, muito acima das registadas nas eleições de 1975 e 1976.
Gonçalo Saraiva Matias conclui que Portugal enfrenta ainda desafios importantes, os quais, se negligenciados, poderão deitar a perder as conquistas das últimas cinco décadas: a pobreza, a desigualdade e a qualidade da democracia.
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