Taturanas

As larvas de algumas borboletas e mariposas são popularmente conhecidas como taturanas, lagartas-de-fogo, saiú, taturana-gatinho, mandarová, marandová, mandrová, embira, bicho cabeludo e bicho cachorrinho entre outros. Os indígenas as chamam de tatarana, que significa “semelhante a fogo” (tata = fogo, rana = semelhante), devido a sensação causada pela toxina de algumas espécies, quando em contato com a pele.

As taturanas que causam “queimaduras” são lagartas que se transformarão em mariposas. As lagartas de borboletas são inofensivas.
Existem taturanas solitárias e outras que apresentam comportamento gregário, isto é, ficam juntas quando repousam e, se molestadas, fogem uma atrás da outra em fila indiana.

Nem todas as taturanas são perigosas. Algumas taturanas possuem pilosidades com propriedades urticantes e, por vezes, são potencialmente perigosas.

Muitas pessoas acham que são os pelos que queimam, mas na verdade são as cerdas que se escondem por baixo desses pelos.

O envenenamento é causado pela penetração das cerdas das lagartas na pele. Ao pressionar acidentalmente o animal, as toxinas que estão sob a pele da lagarta são injetadas através das cerdas. A inoculação dessas toxinas podem causar reações locais ou sistêmicas.

No Brasil possuímos espécies com toxinas que podem causar de uma simples vermelhidão com sensação de queimadura até a morte.

A mais perigosa delas é a Lonomia obliqua, cuja toxina pode causar distúrbios de coagulação, insuficiência renal e hemorragias.

Seu primeiro acidente registrado foi em 1989. Dos 800 casos de acidentes com a Lonomia obliqua registrados até 1997, 6 levaram a morte. O único tratamento possível para a intoxicação pelo veneno dessa taturana é o soro antilonômico. Em caso de suspeita de queimaduras provocadas por essa taturana, procure um médio com urgência.

As lonomia viviam em comunidades sobre cedros e aroeiras, mas com o desmatamento passou a viver em pomares domésticos, o que facilita acidentes.

O principal predador da Lonomia obliqua é uma mosca que deposita cinco ou seis ovos na taturana. Ao nascerem, as larvas parasitoides alimentam-se de seu corpo.

Existe também uma vespa que faz o mesmo, embora deposite apenas um ovo.

Outro predador identificado é um percevejo que consegue sugar os fluidos da lagarta.

Outra taturana bem conhecida, tanto pelo seu aspecto quanto pelos problemas que causa, é a Lagarta cachorrinho. De aparência inofensiva, a cachorrinho pode causar muita dor e febre, alem de ínguas no membro onde foi inoculada a toxina.

Já as borboletas e mariposas, são inofensivas, com exceção da mariposa de Hylesia sp, que apresenta no abdome das fêmeas, minúsculas cerdas irritantes que causam dermatites.

Sempre que encostar em uma taturana, lave com água e sabão o mais rápido possível e procure atendimento médico.

Você pode evitar 99% dos acidentes com animais peçonhentos seguindo duas regras básicas: olhe onde põe a mão e olhe onde pisa. Estas duas regrinhas servem para cobras, aranhas, taturanas e muitos outros animais.

José de Carvalho Neto
Canon XF400

Mintho rufiventris (Tachininae) - Rui Andrade

Diphyus sp.- IronChris

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