ESPELHO (letra e vídeo) com JOÃO NOGUEIRA, vídeo MOACIR SILVEIRA
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É o próprio Paulo César Pinheiro que nos conta a história desta canção e de como foi convidado pelo cantor e compositor João Nogueira para ser seu parceiro na música "Espelho". "Um dia, no início de 1972, passou em mina casa em São Cristóvão, para me buscar pras noitadas. Até então nunca se falou em parceria. Era apenas amizade e vadiagem. Nesse dia mencionou um samba em homenagem ao pai, de melodia pronta, mas em cuja letra empacara. Não conseguia sair do que já escrevera. Queria saber se eu não topava dar um jeito. E me mostrou. Era realmente lindo. - João - eu disse - deixa de ser preguiçoso. Se você chegou até onde chegou, você termina sozinho. Mas ele cismou que estava bloqueado, que verso nenhum vinha mais, que era difícil falar do velho, sua adoração maior, e que no refrão, o mais importante em sua opinião, nem tinha ideia do que escrever. Peguei o gravador e registrei nele o que seria nossa primeira parceria. Ele começava assim:
'Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz'
E aí eu entrei na primeira vez do refrão:
Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)
E continuava o João ainda na segunda vez da primeira parte:
'Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás'
Parti então pra segunda vez do refrão:
Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)
E tomando gosto, fui em frente na terceira vez da primeira até o refrão final:
E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já
Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
João ainda retorna antes de terminar, fazendo mais três versos:
'Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso'
E eu arremato com chave de ouro:
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)
E batizo: "Espelho"
Estava assim inaugurada uma parceria de peso na história do samba." (No livro: "História de Minhas Canções" de Paulo César Pinheiro, páginas 54/56, Ed. Leya, 2010)
"Espelho" é portanto um samba com características autobiográficas. Nele o saudoso compositor João Nogueira, em parceria com Paulo César Pinheiro, mostra todo o seu talento e veia poética ao nos apresentar em forma de música um pouco de sua história pessoal. Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã. Aos 17 anos já era diretor de um bloco carnavalesco. Em 1970 Elizete Cardoso ouviu "Corrente de Aço" uma composição sua e resolver gravá-la. Foi assim que o Brasil conheceu um dos maiores nomes de nossa música popular. Na família Nogueira o talento musical parece ser genético e passa de pai para filho. Veja como Diogo Nogueira dá continuidade a esta herança, confirma o acerto da própria letra desta bela melodia e mantém intacto o "Espelho" familiar.
Видео ESPELHO (letra e vídeo) com JOÃO NOGUEIRA, vídeo MOACIR SILVEIRA канала Moacir Silveira
É o próprio Paulo César Pinheiro que nos conta a história desta canção e de como foi convidado pelo cantor e compositor João Nogueira para ser seu parceiro na música "Espelho". "Um dia, no início de 1972, passou em mina casa em São Cristóvão, para me buscar pras noitadas. Até então nunca se falou em parceria. Era apenas amizade e vadiagem. Nesse dia mencionou um samba em homenagem ao pai, de melodia pronta, mas em cuja letra empacara. Não conseguia sair do que já escrevera. Queria saber se eu não topava dar um jeito. E me mostrou. Era realmente lindo. - João - eu disse - deixa de ser preguiçoso. Se você chegou até onde chegou, você termina sozinho. Mas ele cismou que estava bloqueado, que verso nenhum vinha mais, que era difícil falar do velho, sua adoração maior, e que no refrão, o mais importante em sua opinião, nem tinha ideia do que escrever. Peguei o gravador e registrei nele o que seria nossa primeira parceria. Ele começava assim:
'Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz'
E aí eu entrei na primeira vez do refrão:
Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)
E continuava o João ainda na segunda vez da primeira parte:
'Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás'
Parti então pra segunda vez do refrão:
Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)
E tomando gosto, fui em frente na terceira vez da primeira até o refrão final:
E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já
Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
João ainda retorna antes de terminar, fazendo mais três versos:
'Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso'
E eu arremato com chave de ouro:
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)
E batizo: "Espelho"
Estava assim inaugurada uma parceria de peso na história do samba." (No livro: "História de Minhas Canções" de Paulo César Pinheiro, páginas 54/56, Ed. Leya, 2010)
"Espelho" é portanto um samba com características autobiográficas. Nele o saudoso compositor João Nogueira, em parceria com Paulo César Pinheiro, mostra todo o seu talento e veia poética ao nos apresentar em forma de música um pouco de sua história pessoal. Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã. Aos 17 anos já era diretor de um bloco carnavalesco. Em 1970 Elizete Cardoso ouviu "Corrente de Aço" uma composição sua e resolver gravá-la. Foi assim que o Brasil conheceu um dos maiores nomes de nossa música popular. Na família Nogueira o talento musical parece ser genético e passa de pai para filho. Veja como Diogo Nogueira dá continuidade a esta herança, confirma o acerto da própria letra desta bela melodia e mantém intacto o "Espelho" familiar.
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