Religião existencialista de Henrique Dussel, filósofo, teólogo e historiador.

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Henrique Dussel (1934-2022) foi um filósofo, teólogo e historiador argentino-mexicano, um dos nomes mais influentes da Filosofia da Libertação na América Latina. Sua trajetória combina pesquisa acadêmica rigorosa, compromisso político-social e atuação crítica frente às estruturas de poder, especialmente no contexto colonial e pós-colonial.

Linha do tempo da vida de Enrique Dussel
Infância e formação inicial
1934 – Nasceu em Mendoza, Argentina, em 24 de dezembro.

Cresceu em ambiente rural, o que mais tarde influenciou sua sensibilidade para questões sociais e populares.

Formou-se em Filosofia pela Universidade Nacional de Cuyo.

Formação internacional
1950-60 – Realizou estudos na Universidade Complutense de Madri e na Sorbonne (França), onde aprofundou-se em filosofia e história.

Estudou também Teologia na Universidade de Münster (Alemanha).

Viveu em Israel, trabalhando como carpinteiro e convivendo com comunidades árabes e judias, experiência que marcou sua perspectiva sobre culturas e conflitos.

Retorno à América Latina e perseguição política
Voltou à Argentina nos anos 1960, lecionando filosofia e desenvolvendo uma reflexão crítica sobre a história latino-americana.

Suas críticas ao colonialismo, à ditadura e ao eurocentrismo o colocaram em rota de colisão com o regime militar argentino.

1975 – Sofreu ameaças de morte e um atentado; foi forçado ao exílio no México.

Carreira acadêmica no México
Tornou-se professor na Universidad Autónoma Metropolitana (UAM) e posteriormente na UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México).

Desenvolveu a Filosofia da Libertação, articulando ética, política, economia e teologia a partir da perspectiva dos povos oprimidos.

Publicou obras centrais como:

Para uma ética da libertação latino-americana (1973)

Filosofia da libertação (1977)

20 teses de política (2006)

Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão (1998)

Reconhecimento e influência
Sua obra ultrapassou fronteiras acadêmicas, sendo referência em debates sobre descolonização do saber, teologia da libertação e crítica ao capitalismo global.

Participou de redes intelectuais e movimentos sociais na América Latina, África e Ásia.

Recebeu prêmios e doutorados honoris causa em várias universidades.

Últimos anos e legado
Continuou ativo até seus últimos dias, escrevendo e ministrando conferências virtuais durante a pandemia de COVID-19.

5 de novembro de 2022 – Faleceu na Cidade do México, aos 88 anos.

Seu legado permanece vivo na filosofia latino-americana, em estudos decoloniais e na militância acadêmica por uma ciência voltada aos povos marginalizados.

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